segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Importância da Higienização das Mãos



Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O novo termo se refere à higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos. São estas que constituem a principal via de transmissão de microrganismos entre os seres humanos.
A pele é um reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto, ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados. A urina não contaminada não contém flora bacteriana. Nestas condições, apenas ela apresenta apenas substâncias derivadas do metabolismo urinário. Já as fezes, apresentam uma flora bacteriana em condições de normalidade e estas são fundamentais para o perfeito funcionamento do intestino. Porém, quando eliminadas, podem se tornar patogênicas para o ser humano.
Através das mãos contaminadas pode haver a disseminação de microorganismos como bactérias (estafilococos), vírus (Rotavirus), fungos (Cândida albicans) e parasitos (giárdias, amebas e ascaris) e estes podem vir a transmitir doenças como resfriado, gripe, diarréia, catapora etc.
A infestação ocorre geralmente sem o indivíduo perceber, em diversas ocasiões do dia-a-dia, como por exemplo:
- No uso do banheiro com urina e/ou fezes contaminadas manipulando descargas, pias e maçanetas diversas;
- No uso do banheiro ao receber na genitália respingos de água do vaso sanitário;
-Realizando a higiene íntima com chuveirinho de uso público (contaminado) ou no uso do papel higiênico sentido ânus-vulva;
- Ao utilizar ônibus, telefones e computadores (especialmente aqueles de uso público);
-Ao partilhar o mesmo sabonete, toalha ou peça íntima;
-Ao fazer lanches ou refeições (especialmente fora de casa); etc
Diante disso, é essencial que as pessoas tomem conhecimento da importância da higienização das mãos e façam desse ato um “costume”. Assim, algumas medidas são essenciais para que não haja a contaminação: Deve-se evitar o uso de sabonetes em barra, pois algumas bactérias e/ou parasitos se mantêm vivos nos mesmos, contaminando em vez de higienizar as mãos; caso não se tenha outra opção, o uso do sabonete em barra deve ser feito somente durante 12 horas devendo ser o mesmo também lavado. A mulher deve fazer a higiene da vulva com água corrente e lavar as mãos com água e sabão líquido neutro. Deve ter cuidado ao realizar a higiene e fazê-la da frente para trás, evitando, assim, levar bactérias para a vulva - causa freqüente de infecções, uma vez que a vulva está próxima e no mesmo nível do ânus.
Após evacuar, o homem deve fazer a higiene anal com água corrente usando um sabonete líquido neutro. O uso de papel higiênicodeve ser evitado pois o mesmo por mais que seja de boa qualidade agride as pregas anais podendo causar irritações. Na realidade o papel higiênico só dá a impressão de limpeza, mas deixa a flora bacteriana fecal em área não adequada e sendo mais prejudicial às mulheres pela possibilidade de contaminação vulvar.

A higienização das mãos tem como finalidades: remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.
Segundo orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, devemos higienizar as mãos com água e sabonete nas seguintes situações:
-Quando as mãos estiverem visivelmente e sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais, como por exemplo suor, urina e fezes;
-Ao iniciar e terminar um turno de trabalho;
-Ao chegar em casa;
-Antes e após ir ao banheiro;
-Antes e depois das refeições;
-Antes de preparo de alimentos;
-Antes de preparo e manipulação de medicamentos;
-Antes de manipular crianças.

Na higienização das mãos, deve-se observar ainda as seguintes recomendações:
• Mantenha as unhas naturais, limpas e curtas;
• Não use unhas postiças quando entrar em contato direto com as pessoas;
• Evite o uso de esmaltes nas unhas;
• Evite utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando tocar um doente;

As orientações acima devem fazer parte do nosso dia-a-dia e serem encaradas com naturalidade. Com o uso diário dessas orientações pode-se evitar a proliferação de diversas doenças, promovendo também o bem-estar e conforto das pessoas.

Referência:

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Higienização das Mãos em Serviços de Saúde. Brasília, 2007. Disponível em: . Acesso em: 31/01/2009.

(Artigo escrito pela Profa. do curso de Enfermagem do Unipê Ms. Khivia Kiss da Silva Barbosa)